domingo, 25 de outubro de 2009

Placa de Som Bichada...

Essa semana não devo postar nada no BLOG, com exceção dessa notinha.
Hannah está rouca, não fala quase nada.
O que me preocupa é o “QUASE nada”...

sábado, 17 de outubro de 2009

Ela Não Usa Óculos !



Sou suspeito pra falar dos Paralamas. Mas se vocês quiserem saber qual foi minha opinião sobre o filme “Herbert de Perto”, acessem o BLOG do qual eu faço parte, o ATMOSPHERA2 (Link: http://atmosphera2.blogspot.com/) , e leiam a crítica, é curtinha.
O que me fez escrever no BLOG hoje foi o que aconteceu na sessão em que fomos eu, Ana, Hannah, meu grande amigo Romano e a Sandra, esposa dele. Começa o filme, Herbert pra lá, Paralamas pra cá, o documentário descasca toda a história do guitarrista e da banda, em raríssimas imagens de arquivo, pontuado pelas canções que tornaram o trio de Brasília/Rio gigantes do rock brasileiro.
Em determinado momento, quando “Vamos Bater Lata” rasga a sala de cinema com sua cozinha percussiva, e Herbert sentencia: “Vâmo bater lata, tonel, garrafa d’água...”, olho pro lado e vejo a Hannah socando compulsivamente o ar, num misto de ritual tribal e rock contemporâneo.
Ela estava executando, quase que perfeitamente, um “Air Drumming” da música, pasmem !
Air Drumming ! É o mesmo que fazer, na guitarra, os solos e ritmos de uma música, utilizando um instrumento invisível.
Sinceramente, fazer isso, pra idade dela, sendo uma menina, É DO CACETE !
Sempre desejei que ela se interessasse por música, na forma de ritmo e percussão, e isso tem aflorado nela de forma quase que instintiva.
Quer dizer, um grupo que pontuou minha adolescência e a fase adulta, agora povoa o imaginário musical da Hannah, isso fecha um ciclo. Daqui pra frente é curtir essa fase e tentar unir, um dia, pai e filha num mesmo cenário musical.
Vou apostar sério nessa empreitada. Não é porque é minha filha, mas a bandida leva jeito.

Sobre a Sexualidade Canina


A gente sabe que está ficando velho quando o filho começa a utilizar termos, para certa idade, um tanto quanto “evoluídos”...
Dia desses eu ia com a Hannah ao shopping e, pelo caminho, ela dizia que não queria que o próximo cachorro, no caso um Buldogue Inglês, tivesse a cabeça tããããoooo grande. Curioso, perguntei o porquê dessa observação um tanto quanto impactante. Ela disse que os filhotes com essa característica sofrem um parto muito complicado, pois existe uma dificuldade enorme da cabeça passar pelo canal vaginal da fêmea.

Canal vaginal ??????????

Cuma ????????

Me fiz de inocente e disse: “Não entendi...”. Ela tornou a repetir e explicou o fato com detalhes que só um renomado veterinário teria condições de saber.
E pior, nem me perguntou o que é vagina. Se não o fez, é porque já ligou o nome à pessoa !!!

Então é isso...
Bem, preciso me preparar pra esse futuro que já não está tããããoooo distante, com certeza. Espero que a pré e a adolescência não me choquem tanto, e que eu possa contribuir para esse crescimento sem pudores e restrições.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Rockabye baby


Quando era bebezinha, recém-nascida, Laura não era muito exigente na hora de dormir. Para embalá-la, eu sempre cantava ‘Over The Rainbow’, do Mágico de Oz, ou ‘Moon River’, do filme Bonequinha de Luxo. Era tiro e queda! A bichinha não durava muito de olho aberto e em instantes fechava os olhos.

Hoje, aos 2 anos de idade, ficou exigente e me interrompe com um sonoro ‘não’ cada vez que tento cantar alguma coisa que não a agrade. Agora, só quer saber de canções de ninar de verdade, coisas como ‘Boi da Cara Preta’ ou ‘Borboletinha tá na cozinha’.

Meu velho repertório de clássicos do cinema, por ora, está aposentado.

domingo, 23 de agosto de 2009

A FÊNIX !

Vocês pensaram que o BLOG das meninas tinha acabado, que ia ficar sem atualização, né ?
LEDO ENGANO !!!
A partir dessa semana ele volta com força total. E com histórias para atualizar: tem a viagem de férias, passeio em Paquetá com direito a um tombão de bicicleta, festa dos anos 70, etc...
Aguardem notícias !

terça-feira, 30 de junho de 2009

She´s BAD !!!

Essa aqui é rapidinha, não vai cansar.

Domingo passado, estávamos acompanhando alguns fatos sobre a morte de Michael Jackson, e isso despertou a curiosidade da Hannah, que correu pro computador pra procurar algo interessante sobre o falecido ídolo da música pop.
Alguns minutos depois fui encontrá-la assistindo o clipe de “Thriller”, meio séria. Cheguei perto pra ver e notei que a imagem estava muito escura, quase não dando pra ver os personagens, cenários e a dança da música. Eu disse: “Poxa, ta muito escura essa imagem !”. Foi aí que a Hannah lançou a pérola:

“Tá vendo, por isso é que ele ficou branco !”

Pano rápido, fui pra sala ver o resto do “Fantástico”...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Uma Aprendiz de Talento !


Esse episódio começa assim...

Sexta-feira, 26 de junho, aproximadamente 14:00 h

Faço uma chamada interurbana no celular, para um número de São Paulo. Atendem.

Marcio: “Por favor, a Karina ?”
Karina: “Sim, sou eu.”
Marcio: “Karina, aqui é o Marcio, tudo bem ?”
Karina: “Marcio ???”
Marcio: “Sim, Marcio...Da rifa !”
Karina: “Ah, sim ! Marcio Quintella ! Tudo bem ?”
Marcio: “Tudo bem ! Primeiramente, parabéns pela sua participação no programa. Você foi uma candidata de uma garra sem igual !”
Karina: “Obrigada !”
Marcio: “Escute, estou te ligando pelo seguinte: minha filha, Hannah, é sua fã incondicional, adorou você no programa. Então, eu gostaria de saber se você pode falar com ela, num papo rápido, pode ser ?”
Karina: “Claro !”
Marcio: “Ok ! Vamos fazer o seguinte...bzzzzbzzzbzzzbzzzbzzzbzzz...Combinado ?”
Karina: “Ok, combinado !”
Marcio: “Poxa, Karina, muito obrigado. Obrigado mesmo !”
Karina: “Que isso, imagina...”
Marcio: “Até amanhã então.”
Karina: “Até amanhã !”

Sábado, 27 de junho, por volta das 14:00 h...

Novamente, uma ligação para São Paulo...

Marcio: “Karina ?”
Karina: “Oi, Marcio !”
Marcio: “Peraí, que eu vou chamar a Hannah...”

Segundos depois...

Hannah: “Alô !”
Karina: “Alô, Hannah ?”
Hannah: “É…”
Karina: “Oi, Hannah, sabe que tá falando ?”
Hannah: “Não...quem é ?
Karina: “É a Karina, do programa “Aprendiz”, tudo bem ?”

Pausa para o Pânico da Hannah, que me olhou com olhos arregalados. Eu disse: “Fala com ela, filha”. Ela prosseguiu, meio sem saber o que fazer.

Hannah: “Oi...tudo...”
Karina: “Seu pai me disse que você torceu por mim, foi ?”
Hannah: “Foi...”
Karina: “E quer dizer que você vai ser uma futura aprendiz ?
Hannah: “É...”
Karina: “Escute, de agora em diante você e eu somos amigas, tá ?
Hannah: “Tá !”
Karina: “Olha, um beijão pra você e tudo de bom !
Hannah: “Um beijo !”

Hannah me devolveu o telefone.
Marcio: “Oi, Karina ! Muito obrigado pelo carinho, a Hannah ficou muito feliz !”
Karina: “Que isso, imagina.”
Marcio: “Um beijão pra você !”
Karina: “Outro pra você !”

A Karina desse episódio foi uma das finalistas de um programa que revela talentos no mercado de trabalho, desta vez focado em jovens de nível acadêmico. Ela ficou com o segundo lugar.

Na minha opinião, injustamente, pois deveria ter ganho !

Mas Karina venceu, sim, pois conquistou a simpatia de muitas pessoas que viram nela uma profissional de valor inestimável e capacidade surpreendente. Sua humildade e generosidade irão fazer a diferença no mundo dos negócios.

Obrigado, Karina. Você é nota DEZ !!!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Purgatório

Paciência de mãe tem limites, sabiam ?
Quando encontrei com a Ana para fazermos uma visitinha à minha mãe, ela foi desabafando e relatando todas as peripécias infames da Hannah, desde não querer lavar a cabeça em dia algum dessa semana, até a desobediência com Maria.

E o que isso custou à ela ?

Castigo ! Vai ficar na casa de minha mãe enquanto eu e Ana damos uma “esticada” num bar em Copacabana. Se bem que ficar na casa da avó não é considerado castigo, pois minha mãe ama a neta. Castigo é não ir conosco.
Agora à noite ela tentou convencer Ana a liberá-la para ir ao bar, mas nada feito. Decidiu recorrer à minha pessoa, mas falei que, hoje, nada feito, pois Ana ainda estava danada com ela. Disse que ela deveria ter a habilidade de um negociador e ser incisiva no momento certo, mas acredito que não irá surtir efeito.
Conversei e disse que ela precisa ser mais “organizada” mentalmente, saber o que faz e ter gosto pelo que faz, principalmente !
Ela falou que algumas pessoas riram de uma cena que ela está ensaiando na aula de teatro, para uma peço no fim do ano, e que, também, não gosta de encenar drama. Falei que um artista não pode ter limites, seja drama, comédia, terror, deve ser um artista “completo”.

Mas as negociações prosseguem em ritmo estratégico. Às vezes, Hannah comenta coma mãe sobre a saída de sexta à noite, mas nada feito por enquanto.

Essa tarefa vai ser árdua, mas valerá a pena ver o resultado, se for positivo !

Boa sorte, minha filha !

Mas, cá entre nós, o castigo será bem aplicado. A coisa não anda muito boa pro lado dela...

Sherlock, O Guerreiro Imortal

O BLOG é da Hannah, mas essa história é sobre um herói e sua fiel escudeira...

Tudo começou com uma frase sem importância da Ana, no sábado pela manhã: “Sherlock fez cocô mole...”
Até aí tudo bem, de vez em quando isso acontece.
Porém...
Quando chegamos da Festa Junina da Hannah, à noite, Sherlock estava estranho, meio amuado. Bem, confesso que não estranhei o fato, pois, de vez em quando ele também fica assim. Fomos dormir e, pela manhã, procurei Ana na cama e não a encontrei. Fui encontrá-la no quarto da Hannah, dormindo a sono solto. Quando perguntei o que aconteceu, ela disse: “Sherlock está evacuando sangue.”

Assim, na lata ! Sangue...

Fui até a área e vi que o cenário não era dos melhores, pois Sherlock havia evacuado sangue muitas vezes.
Foi o alerta vermelho para um dia cheio de complicações. Telefonamos para o veterinário e Ana rumou para lá, enquanto eu dava um trato nos gatos (FELINOS, POR FAVOR !) da minha mãe. Quando encontrei com as duas, Sherlock estava pra lá de Marrakesh. Depois da longe consulta, em que rolou até soro para reidratar o animal, voltamos pra casa.
Lá pelas tantas, durante o almoço, Ana notou que algo não estava bem e, quando foi ver Sherlock, ele tinha vomitado e...PLOFT ! Desabou no chão...

Apagou que nem uma vela !

Foi aí que entrou nossa pequena protagonista.

Hannah desesperou-se com o episódio, mas, depois de um tempo, passou a tomar conta da situação, monitorando o Sherlock vinte e quatro horas por dia.
Durante todo o resto do dia de domingo e nos dias que se seguiram, ela foi a pulga no pelo do Sherlock. Onde ele ia, o que fazia, quando comia, em tudo que ocorria ela estava presente, tomando a rédea da situação e fornecendo-me relatórios periódicos sobre o estado de saúde do Sherlock. Quando eu chegava em casa, ela era a primeira a declarar: “Hoje ele está bem melhor !”.
E assim foi até ontem, quarta-feira. Contatamos a veterinária, que ficou contente pelo fato do cachorro ter se recuperado e estar bem.
Em mais um episódio, Sherlock mostrou que, realmente, deveria ter ganho o nome do personagem do filme “Highlander”, um verdadeiro guerreiro imortal.
E Hannah, sua fiel amiga, nunca largou do companheiro inseparável ! Sempre acreditou que Sherlock voltaria ao convívio dela...

Valeu, She ! Bem vindo de volta ao louco lar da Família Quintella...

domingo, 14 de junho de 2009

Hannah e as Celebridades - Parte I


Ela e Ana estavam embarcando de volta pro Rio quando viram o simpático jogador de vôlei. Então pediram pra ele bater uma foto junto com Hannah, que ficou toda boba.

Quando liguei pra elas, que já haviam chegado, Hannah disparou:

“Bati uma foto com o Nálbert ! Bati uma foto com o Nálbert !”

Eu disse à ela que o nome certo do jogador é “Nalbért”, com a sílaba tônica no “BERT”. Mas ela nem ligou. Afinal, Nálbert ou Nalbért deixaram Hannah eufórica. O cara foi só simpatia e cordialidade, segundo as duas.

Nhac !

Essa foi recente e é rápida.

Fim de semana passado, estávamos fazendo o lanche dominical e o Sherlock nos acompanhava saboreando um osso de joelho de porco que trouxemos de uma incursão ao agradável bar “Enchendo Lingüiça”, no Grajaú, em companhia de nosso queridos amigos Karla e Jonas.
Numa atitude tresloucada, Hannah foi mexer com o cachorro naquele momento crucial, e eis que o bicho reagiu de forma inesperada, rugindo e latindo, como se estivesse defendo sua refeição de um intruso.
Óbvio que Hannah ficou vermelha, depois branca, mais um pouco de vermelho, branca de novo, e desatou a chorar de raiva no quarto.
Fui conversar com ela, que não queria saber de conversa. Fui expulso sem direito a argumentos mais convincentes em defesa do Sherlock.
Algum tempo depois ela volta à sala, com olhos vermelhos de quem parecia que tinha assistido “Cinema Paradiso” umas cem vezes.

E vinha armada com um cinto pra bater no Sherlock !

É claro que eu e Ana não a deixamos executar essa missão ingrata, e explicamos à ela que ele havia feito aquilo porque estava defendendo seu “prêmio”, e não porque estava bravo ou feroz. Mas Hannah não se deu por vencida e desferiu a frase:

“Da próxima vez eu vou dar um chute nesse filho da PIIIIIIIIIIIIIIIIIII”

Primeiro palavrão. E foi com vontade !

Deixei a raiva passar um pouco e fui deitar com ela, pra ver se o humor melhorava. Minutos depois, ela estava dormindo, na certa sonhando com seu querido amigo de quatro patas...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um Cachorro Incomoda Muita Gente, Dois Cachorros...


E o entra-e-sai da cachorrada na minha casa não parou...
Na terça-feira, após o evento “Sofia”, cheguei em casa depois de um estressante dia de trabalho, abri a porta e fui recebido por uma coisa peluda, cinza e rebolativa.
Vitória.
Isso mesmo, a cadelinha tinha nome de mulher, como tantas outras !
Da cozinha olhei pra Ana e, com um aceno de cabeça, quis saber o que estava acontecendo. Ela disse que o Luiz, nosso vizinho e fornecedor de problemas de quatro patas, havia nos pedido para cuidar da Vitória enquanto eles faziam compras.
Obviamente, ela e Hannah não se opuseram em ajudar e levaram-na pra nossa casa. Aqui, Vitória rapidamente se ambientou, correndo pela casa, subindo no sofá e, é claro, perturbando o sossego do pobre coitado do Sherlock !
Só que, ao contrário do que aconteceu com Sofia, o velho cão parece que havia gostado de Vitória ! E começou a persegui-la pela casa impiedosamente ! Só que a cadela não topou muito com o jeito bonachão dele. Ela rosnava e, às vezes, avançava sobre o Sherlock como quem dizia: “Sai fora, velho babão !”
Hannah se divertia com tudo até que, como aconteceu da última vez, teve que devolvê-la ao dono. A estada de Vitória durou menos que algumas horas. Foi uma pena, pois eu gostei do jeito daquela bandida.
Prometi que Vitória retornaria em breve. Pelo menos ela não cresceria tanto quanto nossa primeira hóspede.

Obrigado, Sofia, por ter tornado a noite da Hannah um pouco mais alegre.

Uma Hóspede do Barulho


Há uns quinze dias atrás, Hannah trouxe uma visita inesperada para nossa casa.

Sofia, um filhote de Rottweiler de quarenta dias !

Como eu já estava sabendo por alto dessa novidade, tratei de me preparar: escondi os sapatos, nada de panos, toalhas ou quaisquer pedaços de material que o animal pudesse interpretar como comida. Também preocupei-me com o pobre coitado do Sherlock, talvez o mais prejudicado nessa saga canina.
Sofia chegou no sábado à tarde e Hannah não quis saber de mais nada. Era Sofia pra cá, Sofia pra lá, corre atrás da Sofia, tira algo da boca do cachorro...UFA ! Depois de um tempo, ela disse:

“Sóf, vem cá já !” (o acento no “o” é proposital, para dar a entonação exata e reproduzir o modo como Hannah falava)

Sóf ??????

“É pai, é o apelido da Sofia !”

Quer dizer, certos cachorros ganham nome próprio. Muitos, às vezes, são batizados com nomes infames, e alguns ainda são brindados com apelidos ! Faça-me o favor !

Bem, desnecessário dizer que todas as atenções da casa foram dirigidas à Sofia durante todo o fim-de-semana. Certa altura, até eu já estava chamando a pequenina de “Sóf”...
Como eu disse acima, quem mais sofreu com essa estadia foi o Sherlock, vítima de mordidas, latidos estridentes, empurrões, ...Era um senhor de idade ranheta, na casa dos oitenta, correndo de uma criança de, aproximadamente, sete anos, cheia de energia pra gastar com quem passasse pela frente.
No domingo à noite disse que Sofia tinha que ser devolvida ao vizinho, e Hannah já começou a ficar amuada. Segunda pela manhã, relembrei Ana e disse à ela que só ficasse com o cachorro até aquele dia. À noite, retornando do trabalho, encontro a Hannah deitada no sofá com olhos de quem descascou um quilo de cebolas. Nem precisava dizer que a partida de Sofia havia mexido com sua estrutura. Então eu disse à ela que se apegar às coisas que não nos pertencem não faz bem ao coração. Mas disse que Sofia seria sempre bem vinda em nossa casa.

Contanto que não tivesse mais de vinte quilos e um ano de idade.

Hannah sorriu, mas o muxoxo continuou até a hora de dormir.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Fronteira Final

A foto ao lado foi uma idéia minha, homenagem à eterna série de televisão criada por Gene Roddenberry.

Fomos assistir “Star Trek”, eu, Ana, meu amigo Romano e a Hannah. Sim, ela quis ir ver o filme conosco de tanto ter ouvido falar em Kirk, Spock & Cia Ltda.
Como fomos numa sessão noturna, achei que ela fosse pegar no sono, afrontada pela estética vulcana e suas filosofias mais do que lógicas.

Quem disse que ela dormiu ?

O filme correu solto, com Romulanos, Vulcanos, humanos e outras raças da Federação. Diante do surgimento dos personagens e suas histórias, dos questionamentos de vida de Spock e seu povo e das cenas de ação de Kirk e sua turma, Hannah não se dobrou e agüentou firme até o final.
E diante do emblemático gesto criado pelos Vulcanos ela observou, observou e tentou imitar com sua mão. Depois de um tempo conseguiu reproduzi-lo com parcial fidelidade.
No final da sessão, lançou a pergunta:

“Pai, o que é “próspera” ?

Eu disse que a frase sempre foi um pouco mal interpretada, que o correto é “prospere”, que significa desejo de prosperidade em todos os sentidos da vida. Falei que quero que ela prospere para ser uma pessoa muito feliz e realizada.

Ela sorriu, imitou o gesto novamente e nada disse.

Diário de bordo, data estelar 21 de maio de 2009...

domingo, 10 de maio de 2009

Confusão Litúrgica

Essa foi rápida e quase teve conseqüências dignas da Santa Inquisição.
Hoje, Hannah foi à missa com a mãe. Eu fiquei em casa, pois queria assistir à Fórmula I. Não adianta mentir, tudo o que eu faço, Deus sabe.
Antes do final da celebração, durante os avisos paroquiais, Hannah ouviu uma explicação sobre determinada parte da missa e, como teve dúvidas sobre o assunto, virou-se pra sua amiga Duda e perguntou, de chofre:

“DUDA, O QUE É ATO SEXUAL ?”

Ana ficou branca, mas não perdeu o rebolado. Chegou perto da guria e disse ao pé do ouvido:

“NÃO É ATO SEXUAL, É ATO PENITENCIAL ! PE-NI-TEN-CI-AAAAL !!!”

Hannah arregalou os olhos, fechou a matraca e se fingiu de morta...

Deviam mudar um pouco o texto da Bíblia, que ficaria assim:

“Vinde a mim as criancinhas. E a Hannah também...”

Uma Mulher e Tanto !


O BLOG é da Hannah, mas hoje a homenagem vai para a mãe.

Parabéns, Ana ! Ou Xôxa, como alguns a chamam.
Se bem que isso não é mais apelido, e sim um alterego...

Guerreira incansável !

Te amo, sempre !

Seu marido e Senhor da Casa.


sábado, 9 de maio de 2009

Staying alive ! Staying alive !


Rio de Janeiro, 08 de maio de 2009.
Local: Associação dos Funcionários de Resseguros do Brasil (AFIRB).
Evento: Festa BOOGIE NIGHTS, promovida pelos DJ Thunder (meu grande amigo Romano) e DJ Freedom (Adilson, ex-chefe do Romano).
Esse local me traz lembranças indigestas, que podem ser comprovadas no posto do dia 20 de março.
Porém, dessa vez resolvemos levar a Hannah, para não termos dor de cabeça. Ou, quem sabe, termos no local e resolver a questão “in loco”.
Como eu saio do trabalho às sextas-feiras um pouco mais tarde, disse à Ana que fosse antes para guardar lugar e encontrar os amigos que confirmaram presença. Como o local é relativamente próximo, fui a pé para lá.
Deu pra ver que a noite prometia, pois a freqüência estava, como dizem os jovens, “bombando” ! Falei com meu irmão César, que se engalfinhava com um prato de carne seca com aipim, e rumei pro salão. Driblei um, escorreguei entre duas, andei, andei e encontrei a Hannah...

Dançando que nem gente grande no meio da pista !

E como evoluía a menina, parecia uma Travolta de saias ! Escorregava, pulava, trocava os pés, sapateava, enfim ! Uma verdadeira profissional da “disco music” ! Ela não estava nem aí pras pessoas, dançava sua coreografia pessoal e intransferível, num universo próprio, digno de um Oscar de Melhor Coreografia !
Quando ela me viu, pulou de alegria e ensaiamos alguns passos meio improvisados, mas nada com muito compromisso com a cadência e o ritmo. Quem sabe, um dia, nos entendemos no compasso da música.
Pedi licença à minha parceira e fui ter com meus convivas. Hannah ficou lá, em sua dança definitivamente original.
Algum tempo depois, adentrou à pista o “Travolta Cover”, um dançarino que reproduz com certa fidelidade os passos do personagem do filme “Os Embalos de Sábado à Noite”. O homem dançava e era aplaudido efusivamente pela platéia que lotava o local.
Depois de demonstrar sua técnica com os pés, mãos e braços, chamou a todos para uma dança coletiva ao som das músicas eletrizantes dos Bee Gees, Tavares, Yvonne Elliman & Cia. Ltda.

E lá foi a Hannah com a galera !

Ela não se intimidou nenhum pouco, encarou tudo na boa e imitava a coreografia imposta pelo “Travolta” com garra e total concentração.
Lá pelas tantas, quando dei por mim, ela descansava o corpinho no colo da mãe, que me olhava com e dizia silenciosamente: “Tá vendo, puxou o pai !”. Bem, isso não me faz o pior pai do mundo, apenas um dos mais corujas, devido à quantidade de parabéns que recebi pela performance de minha pimpolha.
Hannah voltou à pista logo depois, para continuar a dançar sem compromisso com alguma coisa ou com alguém. Era somente ela.

E ela !

No final, saiu extenuada, mas realizada. Estava feliz por sua atuação e, mais ainda, pelo que aconteceu momentos antes de sua partida. Ela me disse:

“Pai, o Travolta me chamou de bailarina !”

Isso engrandece e emociona nosso coração de pai, e como seria bom que todos dessem valor a essas pequenas mas significantes coisas da vida.
Por mais tecnologicamente conectados que estejam nossos filhos, façamos com que eles, de vez em quando, lembrem-se que são humanos, e não pedaços de carne feitos de bits e bytes !


Fever night, fever night, fever...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Em Nome do Pai...

Hannah iniciou hoje suas aulas de catecismo. Acredito que ela esteja animada, pois alguns de seus coleguinhas do colégio também estão fazendo o curso, o que é uma vantagem, pois elas se sentem estimuladas quando participam juntos de algum evento ou atividade.
Levei-a até a igreja e fomos juntos até a sala de aula. Lá ela descobriu que, da janela, é possível avistar seu colégio, o que lhe dá mais conforto e uma sensação de proximidade entre os dois mundos.
Quando perguntei-lhe como foi a aula, ela resumiu em uma palavra:

“Maneira !”

Como “maneira” é um adjetivo que pode significar várias coisas, espremi um pouco e ela disse que cada criança se apresentou, dizendo seu nome e o devido significado. Esperta como ela é, contou que o dela tem origem hebraica e significa “Ana”, nome da mãe. Que, por sinal, é um nome bíblico: Ana é nome da avó de Jesus !

Bem, para primeira aula foi pouco, mas significativo. Com o tempo ela perceberá que os ensinamentos e a palavra de Deus lhe trarão benefícios para sua personalidade ainda em formação.

Amém !

domingo, 5 de abril de 2009

O Protesto

Um dia, lá pelos idos de 2002, eu havia chegado do trabalho e estávamos nos preparando pra jantar. Ana estava dando comida pra Hannah na famosa cadeirinha de bebê e, enquanto eu a ajudava com a comida, ouvia-a ralhar com a menina. Dizia que ela não cooperava, não fazia esforço para jantar, não se mexia, era preguiçosa, etc, etc, etc...Hannah estava impassível em seu trono, como se nada a abalasse. Da cozinha eu continuava a ouvir os sermões da Ana, em alto e bom som. Continuava a cobrar da Hannah mais colaboração pra comer e se esforçar e ajudar.
De repente, como se uma inspiração repentina tivesse se apossado de seu corpo, ela proferiu a seguinte frase:

“Nem pensar !”

Talvez ela tenha dito aquilo pelo fato de já ter ouvido a mãe falar essa frase diversas vezes. Mas ela teve tanta presença de espírito que não pude fazer nada além de rir. Rir muito !
O problema foi que a Ana não ouviu essa pérola, e tive que repeti-la pra que ela pudesse compreender porque eu dava estrondosas gargalhadas na cozinha. Quando contei, ela não gostou muito, mas, no fundo, teve que prender o riso pra não perder a moral de mãe.
Acho que, a partir daquele momento, havia me tornado cúmplice de minha filha. Por diversas vezes escapamos de situações as quais a mãe não perdoaria sua atitude. Aquilo me tiraria alguns pontos como pai enérgico, mas não sou de tolerar abusos.
Ela conhece o pai que tem.

sábado, 4 de abril de 2009

Pai velho

Estava eu brincando com minha filha quando ela se levantou, como sempre faz quando quer ir ao banheiro, e solicitou:

- Pause.

"Pause?" - pensei eu com meus botões, enquanto Antonia corria com o xixi na porta. "Que fim levou o altus?". Ou seriam autus?

Meus botões também não sabem.

Um dia, na Casa da Espanha, eu tomava cerveja com pais e, principalmente, mães de coleguinhas da minha filha, enquanto as crianças se acabavam no parquinho. Duas delas, as fofas Lara e Luana, se aproximaram e me cutucaram (ou catucaram?).

- Oi, meninas...

Elas estavam paradas atrás de mim, uma ombro a ombro com a outra:

- Eu, disse a Lara, tenho um primo que se chama Rodrigo.
- Meu pai é velho, disse Luana.

As duas então saíram correndo, de volta às brincadeiras na terra.
"Você é um pai velho", comentaram os meus botões.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O nascimento de Antonia

Assistam ao filme que editei com base nos primeiros sete dias de vida de Antonia. Ah, aparece sangue...

segunda-feira, 30 de março de 2009

COMANDOS EM AÇÃO


Qualquer pai que se meta a encarar um parquinho pela manhã, sozinho, acompanhado apenas de sua filha bebê, tem de estar preparado para as hordas hostis que habitam esses ambientes: mães e babás das outras crianças.
São os chamados “Comandos Paramaternais” (essa expressão eu roubei de uma tirinha da Mafalda, do Quino)
Elas estão espalhadas pelos parques, camufladas entre os brinquedos, prontas para chamar a sua atenção diante do que elas entendem por deslizes ou negligências de um pai.
Eu já fui encurralado por algumas e tive de ouvir...
“Esse escorrega não está muito quente pra ela descer?”
“Essa roupa que ela está usando está muito fechada. Tá muito quente hoje e ela vai passar mal”
“É perigoso um neném dessa idade brincar no balanço. Pode cair e se machucar”
“Está muito frio hoje. Ela não deveria estar mais agasalhada?”
“Ela está descalça? Se correr e cair, vai se machucar”
“Você vai dar um sorvete pra ela? E se ela ficar gripada?”
“O pula-pula é perigoso. A criança pode se machucar virando uma cambalhota”
COMANDOS EM AÇÃO, PARTE 2
Um pai indefeso e pouco hábil no manuseio das fraldas é presa fácil para os Comandos Paramaternais que habitam os parquinhos.
Mas, é preciso ter humildade e reconhecer a hora de gritar por socorro.
Aconteceu comigo há poucos dias. Laura estava brincando com o Pedro, um amiguinho, na caixa de areia. De repente, veio a certeza de que alguma coisa não cheirava bem.
E agora?
Tinha saído de casa com a pequenina usando apenas a roupa do corpo. Nada de fraldas reservas, lenços umedecidos ou pomadinhas. Foi quando apareceu a Flechinha, mãe do Pedro, que imediatamente pôs a mão na massa e resolveu o problema todo para mim.
Serviço completo, inclusive com fralda emprestada.
Ela trocou, limpou e entregou a bebê novinha em folha e cheirosa.

domingo, 29 de março de 2009

MORDE !...e assopra...


Ontem foi aniversário da Hannah e eu tenho que confessar:

SOU UM PAI COM CORAÇÃO MOLE !

Antes de mais nada, deixe-me abrir um parênteses: Hannah não gosta muito de dormir fora de casa sem a gente por perto. Não sei não, mas isso sempre me cheirou a chantagem. Tanto que, quando ela quer dormir na casa de algum coleguinha, vai na boa ! Na boa...
Pois bem, na última sexta-feira à noite fui com a Ana à festa de um amigo, e deixamos a Hannah com minha mãe, que sempre faz tudo pela minha filha. Demos várias recomendações, dissemos que ela iria dormir lá, e que não adiantava reclamar, ficou decidido e ponto final !
Quando encontrei a Ana, a Hannah já tinha ligado pra ela duas vezes, perguntando se iríamos pegá-la após a festa, o que foi prontamente negado. Ela teria que se acostumar a passar por essas situações, custe o que custasse.
Certa hora da festa, meu celular tocou, era a Hannah:

“PAI, TÔ COM O CORPO TODO DORMENTE...”

Eu tinha certeza plena de que era caô (como os jovens e espertos costumam dizer...), mas, na dúvida, falei com a Ana e rumamos pra casa da minha mãe, deixando a festa de lado. Que pena, estava ótima...
Durante o trajeto, sentenciei que a Hannah não escaparia não de uma, mas de VÁRIAS punições, já enfileiradas em minha mente, desde as mais tolas até a mais cruel: FICAR SEM IR ÀS AULAS DE TEATRO DURANTE UM MÊS! Isso, realmente, seria a morte ! Atualmente, o teatro tem sido a menina dos olhos de minha filha.
Chegamos rápido, pegamos a Hannah e fomos direto pro hospital, apesar dela dizer, com aquela voz de sonsa: “Sabe, já estou um pouco melh...”. “PRO HOSPITAL, RÁPIDO !”, eu ordenei. E pra lá fomos.
Quero abrir aqui outro parênteses: EU ODEIO HOSPITAL, DE TODAS AS FORMAS E EM TODAS AS SITUAÇÕES ! Não vou me alongar nessa parte, mas sempre achei a emergência um saco, o atendimento um martírio e a espera pela liberação uma tortura chinesa, com direito a fiapo de bambu debaixo da unha e tudo.
Mas, dessa vez, eu queria muito ir, pra mostrar pra Hannah que não era ela quem mandava nas situações, que somos nós, pai e mãe, que damos as cartas.
Fomos chamados à sala da médica, que examinou cada parte e ouviu cada som produzido por seu corpo. Como já era de esperar, não encontrou indício de doença ou sintoma algum que pudesse representar perigo à saúde de minha filha. Porém, para certificar-se de que tudo estava normal, pediu que a Hannah fizesse um hemograma rápido. Ele engoliu em seco, eu ri e falei no ouvido dela: “NÃO ESTAVA DOENTE ? VAI TER QUE TOMAR INJEÇÃO !”. E ela odeia injeção mais do que eu odeio música baiana ! Na hora da coleta de sangue, escândalo, gritaria, lágrimas, tudo misturado numa catarse infantil desnecessária, provocada por ela mesma.
No final, o diagnóstico já esperado: nada demais, quadro normal, sem indicação de tratamento. A médica não tinha muitas explicações a dar, coitada. Mas eu sentenciei:

“ATAQUE DE FRESCURA !”. Ana deu um sorriso “amarelo ovo” e fomos embora.

Durante o trajeto pra casa, continuei a tramar mais um sem-número de castigos, pois eu tinha que mostrar pra Hannah quem mandava, quem tinha que respeitar e ser respeitado.
Quando chegamos, falei pra ela ir pro quarto dormir. Fui pro computador fazer a lista de pragas egípcias a que ia submetê-la. Um tempo depois, a Srta. “Sem Vergonha na Cara” apareceu na porta e, de cabeça baixa, me entregou um pedaço de papel. Eu também pude ouvir, quase que de forma imperceptível, uma palavra: “desculpa...”. Antes de dormir, ela ainda apareceu de novo na porta e me deu um “Boa Noite” mais pra dentro do que pra fora, e saiu de cabeça baixa. Ela sabe direitinho como se comportar nessas ocasiões, a bandida.
Peguei o papel que ela havia me dado e vi que continha os desenhos e as frases da imagem acima. Não tirei os olhos do papel e, de repente, ele ficou molhado, mais molhado e outra vez molhado pelas lágrimas que caíam. E comecei a ouvir o som de meu corpo se partindo em pedaços, como se aquele papel tivesse tido o poder de me fazer ruir por dentro.
Pronto ! Eu deixei meu coração de manteiga falar mais alto e fui ao quarto da Hannah, mas ela já dormia a sono solto. Não resisti e deitei ao lado dela, abracei-a por alguns instantes e saí de mansinho, sem perturbar seu sono.
Realmente, é muito estranho o que essa menina pode fazer para me deixar sem fala ou capacidade de reação.
Voltei ao quarto do computador, desliguei o equipamento e fui dormir.
A lista de maldades ficou pra próxima pirraça...

Feliz Aniversário, Hannah.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Uma Surpresa Fedorenta !


Não me lembro em que etapa da vida Hannah isso ocorreu, mas creio que ela já estava com quase um ano...
Foi num sábado pela manhã. Eu dormia a sono solto, quando a Ana gritou de lá do quarto: “MARCIO, CORRE AQUI !”
“Pronto !”, pensei, “Problema à vista.”
Levantei às pressas, corri pro quarto e, quando cheguei lá, deparei-me com uma cena dantesca.

O berço, a Hannah e as mãos da Ana estavam repletos de cocô.

Isso mesmo, COCÔ !

Ana sorria, eufórica, e dizia: “Pega a máquina fotográfica, rápido !”. Eu, atônito, questionei: “Não é melhor pegarmos um papel, uma toalha molhada, lenços umedecidos,...”. Ela insistia: “Pega a máquina, criatura !”
A Hannah parecia divertir-se naquela situação escatológica. Sorria, sorria e sorria. O cheiro estava insuportável, mas eu agüentei firme. Peguei a máquina e bati uma série de fotos em diversos ângulos: sentada, em pé, no banheiro, rindo, fazendo cara de protesto pelo fato da brincadeira estar terminando...Naquela época, eu ainda não era usuário de um equipamento digital de boa cepa, por isso digitalizei a foto acima, para que vocês possam ter noção da situação tragicômica em que me meti. Nesse dia pude ter noção do quão verídico é o ditado: “Comeu M...quando era criança !”.
Então, eu pergunto: nesses casos, o que acontece com o petiz ? Adquire inteligência extra ? Cria imunidades e anticorpos para a vida inteira ? Será que existem outras crianças que também passaram por essa situação ? E qual foi a reação dos pais, também ficaram chocados como eu fiquei ?
No final, restou-me a felicidade de constatar que, apesar desse episódio funesto, a Hannah não sofreu conseqüência alguma em decorrência dessa travessura.
Quer dizer, às vezes eu acho que não é só cérebro o que ela tem na cabeça...

sábado, 21 de março de 2009

Club Penguim

É um pouco difícil explicar para um adulto, mas enfim.

O Club Penguim, da Disney (http://www.clubpenguin.com), é uma comunidade. Não, favela não, uma comunidade no sentido internético da palavra. Não existe favela na Disney.

Os avatares são todos pingüins — que me perdoe a nova ortografia, trema é lindo — e caíram numa ilha gelada, uma espécie de second life Lost frost para crianças, totalmente baseado na estética Flash. Se sua filha for abduzida, restará pouca coisa a fazer.



A partir da primeira página, você escolhe ser arremassado para a ilha (ou clube) ou pode também mandar sua arte, baixar papéis de parede, colorir imagens, ler histórias em quadrinhos inéditas. Tudo é pingüim, mesmo a arte que as crianças mandam. Nunca vi tanto pingüim — e olha que eu conheci uma mulher colecionadora que tinha três mil peças na forma dessa ave.

Você pode entrar para sócio do clube (8,95 BRL por mês, que eu suponho serem reais), o que lhe trará indizíveis prazeres. Sócios podem simplesmente criar mais, explorar mais, brincar mais, acessar mais, comemorar mais. E há produtos do clube, de roupas a livros, jogos e brinquedos, e tudo pode se adquirido on line. Os pais dos pingüins, digo, das crianças tem uma seção própria, onde está muito bem descrita a política de segurança do sistema.

Para jogar, você precisa cadastrar sua filha. Antonia vai fazer 5 anos e já tem uma conta e senha. Uma humilhação. Uma vez logado, você pode optar por uma entre mais de 100 ilhas. Todas são iguais, mas recebem um número limitado de pinguins.

Tu cai numa praça.

A praça é gelada — tudo é gelado — mas você tem à sua disposição, logo de cara, um café, um dance club e uma loja de presentes. Há pingüins andando por toda parte, cada um com seu nome em cima, e se você ficar dando bobeira, eles surgem em cima de você. Antonia escolheu ser uma pingüim rosa, o que se mostrou uma péssima idéia, pois a cada três pingüins dois são rosa. Eu e ela andamos conversando sobre o assunto.

Antonia está dormindo; preciso ir ao café.

Comprei um computador novo, um monitor imenso e sensível ao toque, então, coloquei o Windows Explorer em sua maior extensão (tecla F11) e toquei na porta do café. Minha pingüim rosa compreendeu e foi na direção daquele antro. Está com pressa pois sou novo aqui. Já descobrimos, eu e a Antônia, como podemos andar, escrever para alguém que passa por ali, para pedir informações, sei lá. Numa dessas praças, Antonia conheceu um rapaz, um tal de rafa qualquer coisa, com quem ela, e eu, trocamos... idéias, digamos assim. O rapaz colocou uma coração na tela, e nós devolvemos outro. Eles jogaram bolinhas de neve um no outro, uma cena tocante. Além de jogar bolinhas de neve onde quisermos, podemos fazer uma série de outros movimentos, como acenar e dançar a dança da bundinha.

Acontece que uma outra pingüim ordinária passou e o tal de rafa foi atrás dela. Antonia então ficou com ciúmes, e sugeri colocarmos uma carinha triste. O Rafa, percebendo a gafe, tentou uma reaproximação, e eis que nos enviou um email dele. “Filha, o rafa tá pedindo desculpas”, eu leio. Antonia lança um sorriso — ao meu lado e em sua versão pingüim — e vai passear pela sala, tipo “vou pensar”. Tudo isso nas minhas barbas.

Mas agora que Antonia está dormindo, eu adentro o café.

Um clima rastafári domina o ar. Larissa89 me parece tão perdida e tão rosa quanto eu. Outros, os “códigos” nem adianta perguntar. Sabe-se logo que alguém é novo pois ainda não aparece o nome em cima, apenas um código frio com nervos de aço. Vitor Nescau, com sua boina de lado, e a americana Lelelocaloca, vestida de supereroína rosa (é assim que se escreve, “supereroína”? O Word não sabe...) parecem estar juntos. Penguimbal, cabelos punk verdes, óculos vermelhos e coberto por uma capa anos 40, parece esconder alguma coisa.

O que eles não sabem é que eu tenho minhas fontes. Pedro, da sala da Antonia, me disse que há um certo Sei-sei (sic) que está por cima da barriga da miséria do pedaço. Ninguém — “ninguém”, ele disse — é capaz de vencê-lo no jogo de carta. Por um motivo muito simples: Sei-sei, inexplicavelmente, vê as suas cartas. E tem mais: foi ele que criou tudo aquilo ali.

Estou no segundo andar do café, onde estão os livros que contam todo esse babado. Não posso continuar agora, pois as paredes têm ouvidos. Eu mando notícias, se puder.
Boa noite, e boa sorte.

terça-feira, 17 de março de 2009

When Sherlock Meets Hannah...


Quando Hannah nasceu, Sherlock já estava com, aproximadamente, um ano. Dez meses, pra ser mais exato.
Quando chegamos da maternidade, ele notou que trazíamos algo conosco e, curioso como sempre foi, quis saber do que se tratava. Mas, diante da possibilidade dele sentir-se enciumado, rumamos para o quarto com o “pacotinho”.
Naquele mesmo dia, resolvemos apresentá-la ao senhor absoluto da casa, até então.
Com cuidado, Ana pegou a Hannah no colo e aproximou-se do Sherlock. Ele notou que havia algo nos braços dela e, meio desengonçado, chegou perto e começou a farejar. Fareja, cheira, fareja mais, cheira mais um pouquinho e...

Auuuu ! Au ! Au ! Au !

Acho que aquilo foi uma espécie de “batismo” canino, onde o animal aprova o novo morador da casa, e reconhece-o como uma parte da família.
A partir daquele momento, Sherlock fazia a segurança impiedosa e voraz de nossa filha. Por duas vezes, flagramos o espertinho dormindo perto do berço, como quem diz: “Tá comigo, tá com Deus !”.
Até hoje eles são figuras inseparáveis. Às vezes um fica de saco cheio do outro, mas é por frações de segundos. Depois, o amor volta !

Obs.: A foto acima é para ilustrar tudo o que foi escrito nesse post. Só que não foi sempre assim. Uma vez, Sherlock deu “mole”, a Hannah escalou o cercadinho e CATAPLAFT ! Caiu de cara no chão. Não sabíamos quem chorava mais, ele ou ela...

Por que Antonia veste Batman


"Batman", juramentou ela antes de sair para o carnaval, "não escova os dentes!"

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pocoyo


Vocês conhecem o Pocoyo?


Não? Então estão perdendo....


Passa no Discovery Kids bem cedinho, naqueles horários em que só os pais e os bebês estão acordados.


Vale muito a pena.


É um menino com sua turma muito louca de amigos — pato, cachorro, elefanta, etc.


A melhor maneira de começar um dia colorido e cheio de imaginação.

Sophia

Num post anterior, meu colega de blog falou do Sherlock, o babão.
Eu vou falar da Sophia.
É uma encapetada gata da raça pêlo curto brasileiro. Quando digo encapetada, estou sendo generoso com a bichana.
Ele é terrível!
Morde e arranha indiscriminadamente a todos em casa, adultos, adolescente e bebê.
E, no entanto, todos gostam dela. Especialmente Clara, a dona que não admite que ninguém fale mal ou faça qualquer maldade com a felina. Mesmo depois de ficar dolorida e marcada pelas unhadas da criatura.
Eu confesso que tenho pouca paciência. Faço ameaças com as legítimas havaianas e, às vezes, chego a vias de fato.
Mas o curioso é ver a reação da Sophia diante da Laura. O que falta em paciência com os mais crescidinhos, sobra quando o confronto é com a bebê. Se a Laura grita, Sophia foge assustada. Se chega perto com algum objeto ameaçador, como o controle remoto da TV ou algum brinquedo, a gata deita de barriga pra cima e fica na defensiva. Dificilmente agride ou revida.
Clara diz que Sophia entende que a Laura é pequena e não pode ser atacada.
Mas outro dia a folgadinha estava com um belo arranhão na batatinha da perna.
Ainda assim, se Laura está tristonha e precisa de algum tipo de motivação para sorrir, Clara não tem dúvidas. Pega a irmã no colo e aponta para o bolo de pelos em branco e preto:
“Olha lá a Sophia!”
E as duas caem na gargalhada.

É com a mãe....

Laura está quase com um ano e nove meses de idade. E eu tenho de confessar: jamais troquei uma fralda.
Já dei banho. Algumas vezes. Mas ela fez cara feia e prefere a mãe, a irmã e a babá.
Então, raios, que faz o pai?
Outro dia meu irmão sentenciou: “ele está transferindo a responsabilidade”. Tudo porque falei pra Laura ir atrás da mãe e resolver alguma questão fundamental, como arrumar um colo ou alguma coisa para comer.
Não tenho nojo de cocô ou xixi e nem evito trocar fralda por preguiça. Mas é que não confio no meu taco para fazer um serviço tão bem feito quanto a mãe ou a babá fazem.
É sério!
“Você deveria praticar mais até acertar”, recomenda a mãe, paciente e compreensiva com a situação.

Abrindo Um Parênteses...

Depois que nosso filho Lucas partiu, eu e Ana tomamos duas decisões importantes: teríamos outro filho e compraríamos um cachorro. Não comparem nossa história com a de John Grogan, dono do Marley, por favor ! Esse labrador nem chega aos pés do meu Basset Hound !
Sherlock veio pra nossa casa em julho de 1999. Foi na mesma época em que Ana ficou grávida. Os amigos diziam que havia sido ele o causador da gravidez. Que maldade com o pobre bicho. E comigo também !
Quis abrir essa lacuna nas histórias da Hannah porque consideramos o Sherlock nosso “filho mais velho, de quatro patas”.
O próximo capítulo tratará do encontro do século, onde Sherlock fica literalmente de quatro diante daquela minúscula criaturinha com cara de joelhinho...

Salve, Sherlock !

Ah ! Eu também gostaria de ter um Bulldog inglês, pra fazer dupla com o Sherlock.
O nome ? É óbvio !

Dr. Watson !

Prólogo

Desde que Ana ficou grávida da Hannah, nossa maior preocupação era que ela pudesse sofrer o mesmo acidente genético que motivou Lucas, nosso primogênito, a ser portador da Síndrome de Down. Não sabíamos se, nesse caso, o raio cairia duas vezes no mesmo lugar.
Quando discutíamos o assunto sobre o que iríamos fazer caso essa possibilidade fosse concretizada, nossa resposta em uníssono era “Nada ! Criaremos com todas as regalias de qualquer ser humano !”
Quando Hannah nasceu, minha primeira atitude foi de olhar mãos, orelhas, pés, algo que pudesse indicar sintomas da Síndrome.

Eu não havia encontrado característica alguma.

E assim foi. A menina crescia e se desenvolvia como uma criança normal.
E eu mal sabia o que me esperava...

Sejam bem vindos às inusitadas histórias de minha filha Hannah, que torna meus cabelos brancos da forma mais alegre possível ! Outras, nem tanto...

sábado, 14 de março de 2009

Minha filha veste Batman

Antonia vai fazer 5 anos, e no carnaval passado como neste tinha o seguinte leque de fantasias a sua disposição: uma dançarina espanhola trazida da Espanha, uma princesa marroquina, vinda de Marrakesh, uma Sininho de Nova Yorque. Acabou preferindo uma de Batman, dez real na rua da Alfândega.

O interessante desta questão é a reação das pessoas ao fato: as pessoas de direita pensam logo que Antonia é sapatão e disfarçam uma certa dose de pena dos pais. Consigo lembrar de algumas frases tipo “fulaninha tem uma fantasia para emprestar na mochila”. As de esquerda, após engolirem seco, dão a maior força, tem mais é que mesmo, vai fundo.

Bem, a fantasia é um sucesso modo geral. Embora os blocos ela comece com máscara, ali pelos 20 minutos algum adulto assume de ficar tomando conta. Dependendo do bloco, para o bem ou para o mal, ocorre de o adulto responsável passar a usar a máscara preta – não sei se estou viajando, mas juro ter visto um Batman beijando uma Emília.

A quem interessar possa, a fantasia mostrou-se uma excelente opção em termos de durabilidade e conforto, tantos para filhas quanto para pais.