domingo, 5 de abril de 2009

O Protesto

Um dia, lá pelos idos de 2002, eu havia chegado do trabalho e estávamos nos preparando pra jantar. Ana estava dando comida pra Hannah na famosa cadeirinha de bebê e, enquanto eu a ajudava com a comida, ouvia-a ralhar com a menina. Dizia que ela não cooperava, não fazia esforço para jantar, não se mexia, era preguiçosa, etc, etc, etc...Hannah estava impassível em seu trono, como se nada a abalasse. Da cozinha eu continuava a ouvir os sermões da Ana, em alto e bom som. Continuava a cobrar da Hannah mais colaboração pra comer e se esforçar e ajudar.
De repente, como se uma inspiração repentina tivesse se apossado de seu corpo, ela proferiu a seguinte frase:

“Nem pensar !”

Talvez ela tenha dito aquilo pelo fato de já ter ouvido a mãe falar essa frase diversas vezes. Mas ela teve tanta presença de espírito que não pude fazer nada além de rir. Rir muito !
O problema foi que a Ana não ouviu essa pérola, e tive que repeti-la pra que ela pudesse compreender porque eu dava estrondosas gargalhadas na cozinha. Quando contei, ela não gostou muito, mas, no fundo, teve que prender o riso pra não perder a moral de mãe.
Acho que, a partir daquele momento, havia me tornado cúmplice de minha filha. Por diversas vezes escapamos de situações as quais a mãe não perdoaria sua atitude. Aquilo me tiraria alguns pontos como pai enérgico, mas não sou de tolerar abusos.
Ela conhece o pai que tem.

sábado, 4 de abril de 2009

Pai velho

Estava eu brincando com minha filha quando ela se levantou, como sempre faz quando quer ir ao banheiro, e solicitou:

- Pause.

"Pause?" - pensei eu com meus botões, enquanto Antonia corria com o xixi na porta. "Que fim levou o altus?". Ou seriam autus?

Meus botões também não sabem.

Um dia, na Casa da Espanha, eu tomava cerveja com pais e, principalmente, mães de coleguinhas da minha filha, enquanto as crianças se acabavam no parquinho. Duas delas, as fofas Lara e Luana, se aproximaram e me cutucaram (ou catucaram?).

- Oi, meninas...

Elas estavam paradas atrás de mim, uma ombro a ombro com a outra:

- Eu, disse a Lara, tenho um primo que se chama Rodrigo.
- Meu pai é velho, disse Luana.

As duas então saíram correndo, de volta às brincadeiras na terra.
"Você é um pai velho", comentaram os meus botões.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O nascimento de Antonia

Assistam ao filme que editei com base nos primeiros sete dias de vida de Antonia. Ah, aparece sangue...